segunda-feira, 4 de novembro de 2013





Eu estou extremamente cansada de novo, e não sei de onde vem todo esse cansaço. Talvez seja por causa da rotina, da falta de amor dentro de mim, ou por simplesmente o tempo ter me desgastado. O motivo real disso tudo, não faz muita diferença. Mas o fato d’eu estar cansada me faz fumar mais, me faz querer me isolar, me faz comer menos e perder a vontade de dirigir. As pessoas daqui de casa não entendem, acho que nunca se sentiram assim, e se sentiram... Não se lembram. Pois a cada mínima demonstração de cansaço é um novo discurso.  O ser humano se dá muito ao luxo de pensar que ele é centro do universo, e meus pais se dão ao luxo de achar que tudo o que eu faço é para atingi-los, eu não tenho vontades apenas quero provoca-los.

Eu estava evitando escrever, pois estava cansada sobre pensar e escrever sobre estar cansada, nunca chego a nenhuma conclusão e escrever não afasta meus demônios. Apenas me faz pensar sobre o que tenho medo que seja, sobre o que odeio, e como quero fugir de tudo.

Por que não posso simplesmente me afastar por um tempo? Ficar distante de tudo e de todos, sem pensar no que já penso todo dia, nessa cidade pitada de cinza e de falso aspecto úmido. Já pensei em fazer uma mala pequena, com apenas algumas coisas essenciais e ir para o interior de algum lugar, me acomodar por lá e trabalhar em qualquer coisa simples. Viver sem preocupações e cobranças.

Me sinto suja, com um estilo de vida errado. Eu queria conseguir ver sentido em parar de beber, fumar, e todas as outras coisas que reprovam em mim. Mas não vejo motivo para parar, é como se eu estivesse fingindo algum amor pela minha vida e por mim, seria hipocrisia da minha parte –eu acho.
 
Enquanto as coisas não melhoram, eu curo minhas dores de cabeça com aspirina, a tristeza com cantina da serra, e o tédio com o cigarro.
 
 
 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Eu estou sentada dentro de um aquário, e há um tubarão aqui. Mas não é com o tubarão que me preocupava, ou com o excesso de informação dentro de um aquário tão pequeno, em nem no fato d’eu me sentir tão vazia... Não, eu estou submersa em um pensamento que me desfaz e faz com que eu me misture com a água. Eu observo do fundo, o céu que eu queria habitar. Está frio, mas não é uma questão de temperatura e sim de abandono.
Deveria começar me desculpando, eu sei, isso seria o correto e é por isso que eu estou aqui, mergulhada na minha confusão que tudo mudou. No entanto, começarei dizendo da saudade áspera que passa em todas as minhas lembranças. Você contaminou tudo o que eu tinha e o que queria ter, preciso me reinventar para continuar. Fui eu quem disse “adeus”, eu quem negou, e quem ainda foge, então por que estou reclamando do abandono? Eu não sei, ainda está tudo muito confuso. Ao mesmo tempo em que te queria aqui pra me resgatar de toda essa água  -que logo fará com que eu me afogue-, também quero ficar aqui sozinha. Eu acho que só estou esperando isso tudo se quebrar e ver se vou parar no mar ou na praia, ou me ver quebrar em tantos pedaços que me misturarei com a areia.
Ainda me pergunto se você não vai vir dançar comigo, porém não irei demonstrar. Querido, eu te atrapalho e logo me tornarei um incômodo. Meu mistério, ou seja lá o que tenha visto em mim, é coisa apenas da sua cabeça. Eu te conhecia e sabia seus desejos, e você sabia que eu queria ser livre, e ainda assim eu fico te machucando e provocando. O porquê de tudo isso¿ Ainda não entendi, mas li em algum lugar que há varias formas de se amar e talvez o meu jeito seja assim... Meio torto.
No fundo do aquário de cada um, ninguém sabe o que quer e o que se têm. Você me deu o que eu li nos romances há alguns anos atrás e que minha mãe me disse ser essencial: carinho. E apesar de toda a sua tentativa, eu não acompanhava o seu fluxo. Sua teimosia foi cedendo e você até me prometeu ir no médico ver a razão da sua dor, e talvez isso seja culpa do peso dos problemas que prego nas suas costas.

Desmanchei antes de escurecer, pois só eu sei o quanto a lua me ilude quanto à certeza dos meus sentimentos. Chega de te iludir e fingir que serei um doce o tempo todo, sendo que alguns minutos depois você se torne um completo estranho pra mim. Mas eu te juro, você tem seu lugar nessa minha história amassada e quando fecho os olhos, ouço você dizendo que sou linda. Um ultimo sorriso bobo antes de finalizar essa história.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

“Won’t  you  come back, and dance with me?Eu não sou o tipo de garota que gosta de dançar, ou não era. Não tenho muita certeza das coisas mais, aliás, tomar decisões nunca foi o meu forte, preferiria correr feito uma criança assustada ou dormir para esquecer. Mas eu não posso simplesmente ignorar dessa vez, porque você está em cada música, em cada canto do meu quarto e cada pedaço do meu corpo. Já tentei percorrer a cidade inteira para ignorar você, mas teu cheiro grudou na minha pele e é forte demais.
 Você me confunde e sabe disso, na verdade, isso te agrada. Eu luto contra você diariamente, e quando me afasto me sinto doente. Então sem perceber, eu acabo voltando. Todo dia brinco disso, e já estou cansada dessa brincadeira. Proponha-me alguma coisa só para variar, mas não me toque, porque sou fraca e me jogaria no seu abraço.

Imagino que quem vê de fora, pensa: “E por que não se deixa permitir?”. E até mesmo meu biscoito da sorte me disse hoje cedo para não ver o céu do fundo do poço. Eu quero ceder, mas não posso. Mas eu te quero, e como te quero bem.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Eu estou aqui, escrevendo de novo e talvez isso seja bom para mim, já que desde a ultima vez que escrevi a minha vida só piorou. Eu escrevia achando que as coisas melhoravam, pois eu me sentia melhor, mas acabei me frustrando após tantas vezes desperdiçar palavras e atos e nada mudar.  De qualquer forma, aqui estou eu.
Meus pensamentos de caráter suicida voltaram há algum tempo, estou exausta de novo e pensando em desistir. Achei  que isso não iria acontecer de novo,  mas tudo veio vagarosamente e de uma forma tão sutil que no começo passou despercebido . Eu voltei a fumar, e tenho fumado mais do que antigamente. Busco no cigarro o afago que alguns pensamentos me tiraram... Eu não bebo para esquecer e nem para lembrar, eu bebo por não suportar e querer uma realidade inventada, pois dormir tem sido impossível.
Meus atos e minhas decisões despertam demônios adormecidos nessa casa. Meus pais ainda tentam me controlar e reprovam tudo o que penso e tudo o que faço. Isso tem se tornado uma estadia no inferno, e já não posso mais viver assim. Além das barreiras que tenho de enfrentar dentro de mim, eles impõem ainda mais muros. Eu tentei e me esforcei muito para continuar nessa casa, e tentar achar um consenso... Um meio termo que nos satisfaça e que não fosse 08 ou 80, mas 44. Mas não vai ter jeito, terei de sair daqui, vai ser melhor para todo mundo e eles vão notar isso mais cedo ou mais tarde.
Enquanto eu não acho uma fonte, um meio de sair daqui, eu sobrevivo cada dia desejando que seja o ultimo. Pode parecer drama, crise de uma adolescente mimada e preguiçosa, mas eu juro que dessa vez é diferente. Sim, meus pais me mimaram até notar que eu não era o prêmio que eles esperavam, até perceberem que eu não sou aquilo que estava escrito do manual e muito menos o que era mostrado em novelas. Mas não faz diferença, é claro que me sinto mal por não corresponder a expectativa deles, mas eu não correspondo a maioria das pessoas.

Eu não terminei de dizer tudo o que eu gostaria de dizer, mas estou perdida nos meus pensamentos... Então esse vai ser mais um texto que comecei decidida a vomitar tudo pra fora, mas no fim só solucei. E não adianta me dizer que vai ficar tudo bem, eu estou com dor de cabeça e tudo o que eu queria era algumas caixas de aspirina para tomar e dormir.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Mais um, de tantos, textos para ela.


É incrível o quão rápido você pode perder alguém. Um passo em falso, e pronto! Você se encontra sozinho, de novo.
Eu me lembro de todas as pessoas que tocaram minha vida, e por alguma infelicidade do destino, todas começaram doces e sutis... Era apaixonante. Mas não demorou muito para o gosto ficar amargo, de tal forma que irritava o céu da boca. Sempre me falaram que quando enfermidades acontecem uma ou duas vezes, talvez até três, é azar. Mas se isto se torna algo frequente, a culpa é sua.
“Seu problema é que você se expõe demais, e isto acaba assustando as pessoas.” Minha mãe sempre me diz isso quando me vê chorando. Eu sei que ela tem razão. Eu sou monocromática, é difícil lidar com isso. Eu sou difícil de lidar. As pessoas acham muito poético e bonito se definirem como mar, “eu sou inconstante, e mudo com a maré. Também sou profundo e blablabla”. Ser mar, não é legal. Ser mar é ficar sozinho.
Nas ultimas semanas, eu bati meu novo recorde, foi o que mais me decepcionei e mais “perdi alguém” em toda a minha vida. Sendo que uma delas me fez acreditar que seria para sempre. Mas eu, claro que fui eu, estraguei o que tinha a chance de ser a coisa mais bela e plena que já tive. E por mais que sinta saudade, arrependimento e a solidão de novo, eu não vou te procurar. Porque você me ensinou que é isso que se deve fazer: se mantiver convicta de suas atitudes.
Eu amei você, eu chorei com você, eu me preocupei com você, eu escrevi para você, eu dancei com você, eu cantei com você, eu fumei com você, eu me apaixonei com você, eu cuidei de você, eu admirei você, eu preocupei com você, eu confiei em você.  Eu provei de uma lista infinita de verbos e adjetivos com você.
Eu estou triste agora, e não é menos ou mais do que ontem, eu estou apenas triste. Vazia. Mentira, eu estou cheia. Transbordando... e é por isso que eu choro.
Você é meu timão, mas eu sou sua âncora.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

MEC/INEP: A representação atual da Ditadura?

Esta é uma análise familiar sobre o ENEM:


Há alguns anos jovens brasileiros eram presos, torturados e tinham seus sonhos assassinados sem que muitas vezes lhes fosse esclarecida a razão de tal violência.

A revolta com a impossibilidade de opinar sobre o que estava certo ou errado e o desconhecimento dos motivos de tantas injustiças e perseguições fez com que o sistema opressor fosse combatido e, por fim, caísse por terra. A partir de então, as gerações subsequentes de jovens brasileiros aprendeu cada vez mais a não aceitar que suas vidas tomassem rumos que não fossem justificados de forma transparente e esclarecedora.

De repente, o MEC - instituição governamental responsável pela educação escolar dessa juventude - cria, alicerçado em justificativas pedagógicas que só são compreendidas por alguns poucos pesquisadores em Educação, um sistema de avaliação - o ENEM - que decide a vida de cada um de nossos jovens estudantes, e que, ao invés de ser claro, transparente e de justa e fácil compreensão, é recheado de aspectos nebulosos, de segurança falível, e que, desta forma, é tão similar, inaceitável e rejeitado quanto a nefasta ditadura militar.

O processo de avaliação do ENEM é tão incompreensível e de justiça duvidosa que, tal como consta no Manual do ENEM, um candidato que não responda qualquer uma das questões, ao invés de receber nota zero, receberá a nota mínima que for obtida em cada uma das 4 áreas de avaliação do exame! Enfim, qualquer um que tenha tirado nota mínima tentando responder as questões, terá a mesma nota de alguém que sequer respondeu as questões! Em uma situação absurda, mas possível, se todos os candidatos que responderam ao exame receberem a mesma nota, os que não responderam qualquer questão também receberão essa nota!

Exemplificações de absurdos a parte, inicialmente é preciso considerar que é direito líquido e certo que qualquer cidadão submetido a um processo de avaliação saiba o porquê recebeu determinada nota ou conceito em quaisquer das etapas do processo avaliativo.

O próprio presidente do INEP, Sr. Luiz Cláudio Costa, afirma que: "é um direito do participante conhecer o sistema de correção utilizado no Enem, já que pelo resultado alcançado ele pode se candidatar a vagas em Instituições Públicas de Ensino Superior e a programas do Governo como, por exemplo, o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies)".

Desta forma parece bastante justo que, considerando que o ENEM decide quem permanecerá vivo, quem será torturado e quem morrerá profissionalmente, que o INEP ao tome providências que permitam ao candidato compreender e aceitar justamente as razões de seu desempenho. Desta forma, é fundamental que o MEC/INEP tome as seguintes providências:

1)       É inaceitável que documentos comprobatórios do processo avaliativo - tal como a correção da redação - sejam disponibilizados para verificação e talvez a tomada de providências judiciais, somente após a realização do SISU. Assim, é justo e lógico que esses documentos devam ser disponibilizados antes da abertura do SISU, havendo também a necessidade de definição de um prazo legal para tomada e avaliação de recursos também antes da abertura do SISU. Neste sentido, a afirmação do MEC/INEP de que “Não serão aceitos outros recursos além dos especificados no edital”, é típico do que poderia ser esperado em um regime ditatorial, mas nunca em uma democracia.

2)       No próprio GUIA DO PARTICIPANTE o MEC/INEP afirma que “...nós do MEC e do Inep entendemos que é um direito seu conhecer e entender o sistema de correção utilizado no Enem”. No entanto, não são disponibilizadas ferramentas que permitam ao aluno compreender sua nota final. Enfim, errar é humano, desconhecer o valor do que errou é desumano.

No entanto, é lógico que o processo de definição de notas nas avaliações das provas de múltipla escolha via TRI (Teoria de Resposta ao Item) obrigatoriamente gerou uma ferramenta de cálculo que permitiu ao INEP a determinação das notas dos candidatos a partir das respostas desses às questões das provas. Isso é inclusive apontado pelo MEC/INEP, o qual afirma também no GUIA DO PARTICIPANTE, que: “Considerando que o cálculo das notas de acordo com a TRI exige um conhecimento avançado de estatística e a utilização de recurso computacional...”.

Essa ferramenta computacional - ou qualquer outra ferramenta que permita ao candidato calcular sua nota a partir das questões que acertou ou errou - deve obrigatoriamente ser disponibilizada para que o próprio candidato verifique se sua pontuação foi calculada de forma correta, já que, apesar do INEP ter disponibilizado o gabarito oficial das questões de múltipla escolha, este não permite com que o candidato saiba sobre a qualidade de seu desempenho no exame.

3)       Etapas subjetivas, tal como a correção da redação, não podem possuir o elevado peso que possuem no atual processo avaliativo. Vale observar que o próprio MEC reconhece a possibilidade de haver discrepância entre a avaliação de dois corretores, e o índice anunciado de 20% encontra-se dentro do esperado por técnicos do Cespe/UnB, mas de forma alguma pode ser considerado baixo.

Vale mencionar que apesar de ser importantíssimo selecionar candidatos que saibam expressar por escrito suas opiniões de forma clara e gramaticalmente correta, o grande número de redações que devem ser avaliadas, o pouco tempo para execução de tal tarefa, e a subjetividade dos avaliadores pode levar a notas muito diversas e, portanto, é grande o risco de que tal avaliação leve a injustiças e reclamações, tais como as que vêm sendo apontadas nas redes sociais e nos mais diversos sistemas de comunicação do país;

4)       Com base em todas as críticas que vêm sendo feitas pela sociedade, é fundamental que o MEC/INEP reavalie o ENEM e, ainda nesta edição, tomem providências que permitam fazer com que essa ferramenta de avaliação seja exata, justa, segura e transparente. Como exemplo pode-se citar que o próprio MEC afirma que “A TRI não modifica, significativamente, a classificação dos participantes em relação ao percentual de acertos. Contribui, sim, para detalhar melhor as notas, o que ajuda a evitar grande número de empates. Aplicando ou não a TRI, o mais preparado se sairá melhor na prova”. Desta forma, já que o uso da nebulosa e incalculável TRI (ao menos para quem não dispõe do recurso computacional) tem agradado somente a alguns poucos pesquisadores, tendo desagradado a milhões de estudantes e a quase totalidade da sociedade brasileira, o MEC deveria efetuar a avaliação dos candidatos primeiramente pela aplicação do método convencional baseado na somatória simples do número de questões certas. A utilização da TRI poderia ser feita apenas como critério de desempate para os candidatos que apresentarem a mesma pontuação via método convencional.

Assim sendo, de forma a atender aos anseios desta geração que não aceita mais que respostas às suas dúvidas sejam dadas sem justificativas ou sem a possibilidade de verificarem se o que foi feito é certo ou errado, é necessário que o MEC/INEP atenda urgentemente a tais justas revindicações dos estudantes, sob o risco de, ao desconsiderá-las, acabar por se tornar a representação atual daquele antigo e odiado regime ditatorial, combatido por muitos dos que hoje compõem o governo que comanda este Ministério da Educação.