quarta-feira, 27 de abril de 2011

Conversas em um banco gélido. Parte 01.

Eu estava sentada naquele banco da praça, que sempre me sento quando quero pensar. Gosto da localização dele, e das duas árvores que ficam logo atrás. Olhei para o horizonte e pude ver meu melhor amigo se aproximando, iríamos conversar.
- Olá.
- Antes tarde do que nunca.
- Haha, ao menos eu cheguei. Né?
- Era o mínimo que poderia fazer.
- Mas me diga: o que passas?
- Não sei como conquistá-lo, simplesmente não sei. Passo horas antes de dormir pensando no que poderia fazer, mas nada aparece.
- O problema é que você o colocou em um pedestal, assim você se sente insuficiente e sente receio em todos os atos que lhe vêem a mente.
- Talvez tenha razão.
- Você deve tirá-lo de lá se realmente quer ter-lo.
- Mas ele é o meu rei.
- Seja a rainha dele.
- Odeio quando você esta certo.
- Apesar de serem momentos raros, eu gosto.
Ele soltou um riso e voltou com os olhos em mim e dessa vez eu pude ver, ele sempre estará aqui comigo. Talvez, não nesse banco, mas em outros. Certamente, ele permaneceria. Ele interrompeu meus pensamentos e recomeçou a falar:
- Você é linda, engraçada, inteligente, sedutora...
- COMEÇOU A MENTIR! Que feio.
- Não estou mentindo, se eu estivesse na situação dele, já teria me apaixonado por você.
- Você é meu melhor amigo, e nesses pontos suas palavras não possuem tanta credibilidade. Saber disso.
-  O que é uma pena, pois você deveria se valorizar.
- Talvez devesse.
- Escuta, vai logo meter um beijo na boca dele.
- Você é engraçado.
- Apenas seja você, pois você é cativante. E sedutora.
- Não consigo seduzir ninguém, eu começo a rir se tenho de falar mais baixo, agir mais lentamente, dar insinuações nos meus gestos... É difícil para mim.
- Seu olhar é penetrante usufrua dele.
- Ok, eu preciso ir para casa. Infelizmente.
- Te vejo amanhã.
- Você me vê ainda hoje.
Rimos juntos e voltamos para casa.