sábado, 15 de setembro de 2012

Saudade de ter vontade.

Vontade de fazer poesia;
De fazer amor com um desconhecido;
De acordar no fim do dia;

Vontade de não fazer nada;
De nadar de branco no rio;
De deitar pelada no chão, apenas para sentir frio;

Saudades de correr descalça;
De plantar um lírio o jardim;
De não conseguir ver o fim estrada;

Saudades de cantar, sem desafinar;
De ver as formigas roubarem o açúcar;
De amar a ponto de fazer minha pele arrepiar.

Elogio à ela.


Garota o que é isso que está acontecendo?
Era tudo uma brincadeira;
Fingimento de uma paixão ardente;
E agora, acho que estou me envolvendo.


Você chega nos teus passos;
Cambaleando com um sorriso;
E penso:
Quero caminhar apenas contigo;
Garota, isso é proibido?


Permita-me deitar em teu colo;
Mergulhar meus dedos em teus longos cabelos negros;
Gostaria de explorar seus poros;
E no fim poder dizer sem medo;
“És a mais bela flor do meu jardim”


Garota, tenho vontade de ir até você;
Como um beija-flor ao avistar a doce flor;
Deite-se comigo nesse anoitecer;
Te dou quantos cigarros quiser;
E te faço chá de canela e cafuné;

Oh! Garota, o relógio é cruel comigo;
A tua ausência tem gosto amargo;
Teus beijos são vinho tinto;
Venha me embebedar;
Venha me embriagar com teu perfume;
Vem me amar;
Garota você carrega no olhar.
A volúpia, o meu pesar;


Mas o que me encanta são seus olhos;
Teu olhar cerrado e obtuso;
Eu desvio meu olhar do teu sempre que posso;
Para não cair nesse labirinto que é sua alma;
Nesta travessia curva e abstrata;


Você me deixa em aquarela;
Me desmancho por ti;
E só me (re) mancho ao te ver sorrir.