sexta-feira, 26 de julho de 2013

Eu estou sentada dentro de um aquário, e há um tubarão aqui. Mas não é com o tubarão que me preocupava, ou com o excesso de informação dentro de um aquário tão pequeno, em nem no fato d’eu me sentir tão vazia... Não, eu estou submersa em um pensamento que me desfaz e faz com que eu me misture com a água. Eu observo do fundo, o céu que eu queria habitar. Está frio, mas não é uma questão de temperatura e sim de abandono.
Deveria começar me desculpando, eu sei, isso seria o correto e é por isso que eu estou aqui, mergulhada na minha confusão que tudo mudou. No entanto, começarei dizendo da saudade áspera que passa em todas as minhas lembranças. Você contaminou tudo o que eu tinha e o que queria ter, preciso me reinventar para continuar. Fui eu quem disse “adeus”, eu quem negou, e quem ainda foge, então por que estou reclamando do abandono? Eu não sei, ainda está tudo muito confuso. Ao mesmo tempo em que te queria aqui pra me resgatar de toda essa água  -que logo fará com que eu me afogue-, também quero ficar aqui sozinha. Eu acho que só estou esperando isso tudo se quebrar e ver se vou parar no mar ou na praia, ou me ver quebrar em tantos pedaços que me misturarei com a areia.
Ainda me pergunto se você não vai vir dançar comigo, porém não irei demonstrar. Querido, eu te atrapalho e logo me tornarei um incômodo. Meu mistério, ou seja lá o que tenha visto em mim, é coisa apenas da sua cabeça. Eu te conhecia e sabia seus desejos, e você sabia que eu queria ser livre, e ainda assim eu fico te machucando e provocando. O porquê de tudo isso¿ Ainda não entendi, mas li em algum lugar que há varias formas de se amar e talvez o meu jeito seja assim... Meio torto.
No fundo do aquário de cada um, ninguém sabe o que quer e o que se têm. Você me deu o que eu li nos romances há alguns anos atrás e que minha mãe me disse ser essencial: carinho. E apesar de toda a sua tentativa, eu não acompanhava o seu fluxo. Sua teimosia foi cedendo e você até me prometeu ir no médico ver a razão da sua dor, e talvez isso seja culpa do peso dos problemas que prego nas suas costas.

Desmanchei antes de escurecer, pois só eu sei o quanto a lua me ilude quanto à certeza dos meus sentimentos. Chega de te iludir e fingir que serei um doce o tempo todo, sendo que alguns minutos depois você se torne um completo estranho pra mim. Mas eu te juro, você tem seu lugar nessa minha história amassada e quando fecho os olhos, ouço você dizendo que sou linda. Um ultimo sorriso bobo antes de finalizar essa história.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

“Won’t  you  come back, and dance with me?Eu não sou o tipo de garota que gosta de dançar, ou não era. Não tenho muita certeza das coisas mais, aliás, tomar decisões nunca foi o meu forte, preferiria correr feito uma criança assustada ou dormir para esquecer. Mas eu não posso simplesmente ignorar dessa vez, porque você está em cada música, em cada canto do meu quarto e cada pedaço do meu corpo. Já tentei percorrer a cidade inteira para ignorar você, mas teu cheiro grudou na minha pele e é forte demais.
 Você me confunde e sabe disso, na verdade, isso te agrada. Eu luto contra você diariamente, e quando me afasto me sinto doente. Então sem perceber, eu acabo voltando. Todo dia brinco disso, e já estou cansada dessa brincadeira. Proponha-me alguma coisa só para variar, mas não me toque, porque sou fraca e me jogaria no seu abraço.

Imagino que quem vê de fora, pensa: “E por que não se deixa permitir?”. E até mesmo meu biscoito da sorte me disse hoje cedo para não ver o céu do fundo do poço. Eu quero ceder, mas não posso. Mas eu te quero, e como te quero bem.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Eu estou aqui, escrevendo de novo e talvez isso seja bom para mim, já que desde a ultima vez que escrevi a minha vida só piorou. Eu escrevia achando que as coisas melhoravam, pois eu me sentia melhor, mas acabei me frustrando após tantas vezes desperdiçar palavras e atos e nada mudar.  De qualquer forma, aqui estou eu.
Meus pensamentos de caráter suicida voltaram há algum tempo, estou exausta de novo e pensando em desistir. Achei  que isso não iria acontecer de novo,  mas tudo veio vagarosamente e de uma forma tão sutil que no começo passou despercebido . Eu voltei a fumar, e tenho fumado mais do que antigamente. Busco no cigarro o afago que alguns pensamentos me tiraram... Eu não bebo para esquecer e nem para lembrar, eu bebo por não suportar e querer uma realidade inventada, pois dormir tem sido impossível.
Meus atos e minhas decisões despertam demônios adormecidos nessa casa. Meus pais ainda tentam me controlar e reprovam tudo o que penso e tudo o que faço. Isso tem se tornado uma estadia no inferno, e já não posso mais viver assim. Além das barreiras que tenho de enfrentar dentro de mim, eles impõem ainda mais muros. Eu tentei e me esforcei muito para continuar nessa casa, e tentar achar um consenso... Um meio termo que nos satisfaça e que não fosse 08 ou 80, mas 44. Mas não vai ter jeito, terei de sair daqui, vai ser melhor para todo mundo e eles vão notar isso mais cedo ou mais tarde.
Enquanto eu não acho uma fonte, um meio de sair daqui, eu sobrevivo cada dia desejando que seja o ultimo. Pode parecer drama, crise de uma adolescente mimada e preguiçosa, mas eu juro que dessa vez é diferente. Sim, meus pais me mimaram até notar que eu não era o prêmio que eles esperavam, até perceberem que eu não sou aquilo que estava escrito do manual e muito menos o que era mostrado em novelas. Mas não faz diferença, é claro que me sinto mal por não corresponder a expectativa deles, mas eu não correspondo a maioria das pessoas.

Eu não terminei de dizer tudo o que eu gostaria de dizer, mas estou perdida nos meus pensamentos... Então esse vai ser mais um texto que comecei decidida a vomitar tudo pra fora, mas no fim só solucei. E não adianta me dizer que vai ficar tudo bem, eu estou com dor de cabeça e tudo o que eu queria era algumas caixas de aspirina para tomar e dormir.